novembro 26, 2009

A REACÇÃO ABSOLUTISTA: A GUERRA CIVIL


   Com a implantação do liberalismo no nosso país, o clero e a nobreza tinham perdido privilégios importantes e começaram a conspirar contra o novo regime. Para tal, contavam com o apoio de D. Miguel, filho de D. João Vl, que chefiou várias tentativas de restauração do absolutismo, a Vila-Francada, em 1823, e a Abrilada, em 1824.
Entretanto, em 1826, deu-se a morte de D. João Vl e a aclamação de D. Pedro como rei de Portugal, com o nome de D. Pedro IV; como era também imperador do Brasil, abdicou a favor de sua filha, D. Maria da Glória (Futura D. Maria II). Como esta tinha apenas 7 anos, seu tio D. Miguel ficava com a regência do reino, com a condição de casar com ela mais tarde. Para apaziguar os adversários da Constituição, D. Pedro concedeu aos portugueses a Carta Constitucional, em1826, que substituía a Constituição de 1822. De acordo com esta Carta, o rei possuía o direito de veto absoluto sobre as leis da Cortes, possuindo assim, para além do poder executivo, o poder moderador. A Carta devolvia ainda ao clero e à nobreza alguns dos seus privilégios.
Desde logo se formaram duas facções entre os liberais: os partidários da Constituição de 1822 (vintistas) e os partidários da Carta Constitucional (Cartistas).
Ao assumir o poder, D. Miguel restaurou o absolutismo e instaurou um regime de terror, com perseguições e execuções de muitos liberais.

Para resistir à opressão absolutista, os liberais refugiam-se nos Açores, onde organizaram um governo de regência. Entretanto, D. Pedro, disposto a acabar com os abusos do seu irmão e a defender o direito de sua filha ao trono de Portugal, abdicou da Coroa brasileira e juntou-se aos resistentes da ilha Terceira. Em 1832, um exército chefiado por D. Pedro desembarcou no Mindelo e dirigiu-se para o Porto, onde foi acolhido pela população.
As tropas absolutistas cercaram a cidade durante vários meses, mas, entretanto, outras movimentações de tropas liberais derrotaram os partidários de D. Miguel, que se viu assim obrigado a render-se. A paz foi assinada em Évora Monte e D. Miguel renunciou ao trono, retirando-se para o exílio. D. Pedro restaurou definitivamente a Carta Constitucional e o liberalismo em Portugal.


- Liberalismo — Doutrina que, politicamente, defende a liberdade, a igualdade, os direitas do Homem e a soberania do povo.
- Carta Constitucional — O mesmo que Constituição. No entanto, a Constituição é elaborada por deputados eleitos e a Carta é elaborada por um grupo reduzido de pessoas e depois outorgada pelo rei.
- Vintismo - Nome dado ao regime instaurado em Portugal pela revolução liberal de 24 de Agosto de 1820 e da Constituição de1822.

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