novembro 26, 2009

O GÉNERO DE VIDA CITADINO E A SOCIEDADE E MENTALIDADE BURGUESAS



   Inicialmente, o crescimento das cidades fez-se desordenadamente, causando problemas de alojamento, de higiene e transportes; só a partir da segunda metade do século XIX as autoridades começaram a preocupar-se com o planeamento urbanístico, impondo leis regulamentadoras da construção. Abriram-se largas avenidas, construíram-se altos edifícios, gares, mercados, parques, jardins e edifícios públicos. Ao mesmo tempo, foram criados serviços e equipamentos que tornaram a vida nas cidades mais saudável e agradável: redes de abastecimento de água e esgotos, recolha de lixos, iluminação pública e transportes colectivos.

   Apesar de todas estas comodidades, a cidade era um mundo de contrastes, onde coexistiam duas realidades bem distintas: os moradores dos bairros do centro da cidade tinham acesso às instituições de saúde, educativas e de lazer, enquanto que os habitantes dos bairros da periferia, que trabalhavam nas fábricas, viviam miseravelmente em aglomerados de casas degradadas, respirando o ar poluído pelo fumo das fábricas.
   Ao longo do século XIX, a burguesia tornou-se a classe social dominante, controlando as grandes empresas industriais, comerciais e financeiras. Ao poder económico da burguesia correspondia a preponderância social e política, que impunha o seu prestígio para dominar o poder político.

   O desenvolvimento económico tornou necessário o crescimento e especialização dos serviços, possibilitando a expansão das classes médias (pequena e média burguesia) compostas por intelectuais, professores, jornalistas, médicos, pequenos empresários, funcionários públicos, engenheiros e advogados, entre outros.
   Os princípios defendidos pela burguesia assentavam no liberalismo económico e político, pois a propriedade proporcionava o lucro, a segurança, o conforto e o bem-estar. Outros valores defendidos pela burguesia eram o trabalho, a poupança, o consumismo, o espírito individualista e a exploração dos trabalhadores.

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