dezembro 11, 2009

A PRIMEIRA GRANDE GUERRA - DESENROLAR DAS OPERAÇÕES


O plano Schlieffen
Conhecemos hoje que a Alemanha dispunha de um plano de guerra já datado de 1905, o plano do conde Schlieffen, que previa uma rápida ofensiva contra os franceses. O plano previa também que a Rússia demoraria algum tempo a preparar-se para a guerra, pelo que a investida se faria primeiro contra a França e depois contra a Rússia, sem que houvesse necessidade de dividir as tropas em duas frentes.
A estratégia alemã para a frente ocidental consistia, assim, num ataque poderoso e rápido sobre as tropas francesas, através da Bélgica. De facto, conquistada a Bélgica, a Alemanha entrou em território francês, em direcção a Paris. Após uma primeira progressão veloz das suas tropas, as forças alemãs foram sujeitas a uma inesperada e enérgica resistência por parte de franceses e britânicos, que haviam mobilizado todos os recursos possíveis para conter o avanço estrangeiro.
Entretanto contra todas as expectativas alemãs, no dia 15 de Agosto os russos invadiram as fronteiras alemãs. Esta verdadeira guerra de movimentos que ocupa o ano de 1914 envolvia agora quase todo o continente europeu, com especial destaque para as três frentes de guerra: oriental, ocidental e balcânica. Mas, cedo, o equilíbrio de forças iria estagnar o conflito dando lugar a uma segunda fase: a guerra de trincheiras.
A guerra de trincheiras
Equivalentes em matéria de forças militares, foi impossível às tropas alemãs e francesas imporem um qualquer domínio de uma sobre a outra. Entre os anos de 1915 e 1918, alemães e franceses edificaram uma poderosa rede de trincheiras com perto de 800 km, ao longo das suas fronteiras subindo da Suíça até ao mar do Norte. As trincheiras eram valas com cerca de 2 metros de profundidade, escavadas ao longo das frentes de batalha para proteger as tropas da artilharia e das rajadas de metralhadoras.
As trincheiras inimigas distavam umas das outras por vezes apenas algumas centenas de metros. Nestas circunstâncias era mesmo possível às tropas ouvirem-se mas às outras.
Entre as trincheiras ficava a Terra de Ninguém. Atravessá-la significava, muito habitualmente, a morte, porque havia um aglomerado de arame farpado, minas e vigas cravadas no solo para atravessar e ficava-se perigosamente à mercê das armas inimigas.
A um grito ou som combinado, as tropas saltavam da trincheira e corriam em direcção à trincheira inimiga, procurando escapar do fogo inimigo; se a isto somarmos a chuva de artilharia que precedia o avanço, podemos imaginar que se tratava de uma forma de combate tão ineficaz como perigosamente fatal.
Novas formas de guerra
A Primeira Grande Guerra produziu novas formas de guerra: a guerra aérea e a guerra química. A guerra aérea começara por ser apenas uma forma de orientar a artilharia e melhorar a sua precisão de tiro, mas os biplanos e triplanos da Primeira Grande Guerra acabaram por desempenhar um papel revolucionário no apoio às tropas, dando origem a batalhas aéreas e pilotos que se tornaram ameaçadoras celebridades, como o alemão Manfred von Richtofen, o Barão Vermelho (Der Rote Kampfflieger).
A guerra química constituiu uma das mais medonhas formas de combate alguma vez inventadas pelo Homem e teve o seu começo na Primeira Grande Guerra. Inicialmente, tratava-se apenas de utilizar produtos químicos como o fósforo para provocar grandes quantidades de fumo e assim camuflar as tropas na sua corrida às trincheiras inimigas. Evoluiu-se depois para uma utilização de gases tóxicos, muitos deles letais.
Durante os anos de 1915 a 1917, a frente ocidental paralisou numa permanente e esgotante guerra de trincheiras que só seria interrompida no ano marcante de 1917. Entretanto na frente oriental e balcânica, russos e alemães iam-se revezando nos sucessos militares, sem que se conseguisse definir um claro dominador.
O ano de 1917
Em 1917 a Rússia envolve-se numa guerra civil que opõe monárquicos, defensores de Nicolau II, o último czar da Rússia, a bolcheviques liderados por Lenine. Este conflito interno entre o exército branco (monárquico) e o exército vermelho (bolchevique) obrigará a Rússia a pedir o abandono da guerra.
Para sair da guerra, a Rússia assina o Tratado de Brest-Litovsk. Lenine chamou-lhe “uma paz vergonhosa mas inevitável”. Não é para menos, a Rússia teve de ceder à Alemanha vastíssimos territórios que incluíram a Finlândia, Polónia, Estónia, Lituânia, Ucrânia, entre outros. A Rússia cedeu também vastos territórios à Turquia.

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